segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

TONTURAS NEM SEMPRE É LABIRINTITE...










Enxaqueca vestibular: sintomas podem confundir com labirintite
Dores de cabeça associadas a tontura podem ser sinal de enxaqueca vestibular
ARTIGO DE ESPECIALISTA - PUBLICADO EM 28/09/2015
 especialista Dra. Thais Rodrigues Villa
NEUROLOGIA - CRM 110217/SP
A enxaqueca é a principal causa de tonturas em crianças e adultos jovens
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, a enxaqueca acomete cerca de 30 milhões de brasileiros. Estudos recentes apontam que aproximadamente 50% das pessoas com enxaqueca vão apresentar tonturas junto com suas dores de cabeça. Estamos falando de 15 milhões de brasileiros que podem apresentar a enxaqueca vestibular em alguma fase de sua vida e não sabem disso. A maioria das pessoas acredita que a enxaqueca é apenas uma dor de cabeça forte, mas atualmente já sabemos que ela é uma doença neurológica, com múltiplos sintomas, entre eles a tontura.

Enxaqueca vestibular
Enxaqueca vestibular é a associação de enxaqueca e tonturas em uma mesma pessoa. Ela pode acontecer em qualquer idade, desde crianças até idosos. Em adultos com menos de 55 anos de idade ela é a principal causa de tonturas crônicas. Pessoas com enxaqueca podem apresentar tontura em crises, que duram de minutos até dias, ou mesmo ser crônica, diária, por longos períodos. Podem ter vários tipos de tonturas, desde as chamadas vertigens, onde temos a sensação de que tudo roda ao nosso redor, ou do tipo desequilíbrio, se sentir flutuando, balançando, com sensação de cabeça vazia, como se estive bêbado ou viajando em um barco. Essas tonturas podem vir juntas á uma crise de dor de cabeça, que pode ser típica da enxaqueca, de forte intensidade, ou mais leve.
Contudo, pelo menos 30% das pessoas podem ter suas crises de enxaqueca e de tontura acontecendo sempre separadas, e aí começa a confusão com um diagnóstico chamado labirintite.

A labirintite, por definição, é uma infecção de causa viral ou bacteriana do labirinto. Ela ocorre de forma aguda, muito intensa, com uma tontura do tipo vertigem que incapacita a pessoa para as suas atividades. Náuseas e vômitos podem acompanhar o quadro que pode durar semanas até sua total resolução e, muitas vezes, acomete também a audição, com perdas auditivas. Exames do labirinto se mostram alterados. Mas, como toda infecção, ela deve ser tratada e curada e não existem labirintites crônicas. Esse termo é erroneamente utilizado pela população para qualquer tipo de tontura, e aí a frustração pela não melhora do quadro com tratamentos utilizados para doenças do labirinto em pessoas que, na verdade, podem ter a enxaqueca vestibular.

Tontura na enxaqueca vestibular
A tontura na enxaqueca vestibular não é causada por nenhuma doença do labirinto. Exames que avaliam audição e a função do labirinto nessas pessoas, em geral, são normais. A tontura vem do cérebro. Pessoas com enxaqueca tem um cérebro mais sensível aos estímulos do ambiente como luzes, barulho, cheiros, mudanças climáticas e também ao movimento. Por isso costumam perceber e entender essas informações de forma mais intensa, principalmente no pico de uma crise de dor de cabeça, mas também fora dela. Essa sensibilidade aos movimentos geram as tonturas.
Pessoas com enxaqueca vestibular em geral são muito sensíveis a movimentos como andar de carro, ônibus, barco, ver cenas rápidas em televisão, computadores ou mesmo objetos em movimento. São mais sensíveis também aos movimentos do próprio corpo como mudar de posição, pular, caminhar em esteiras ou mesmo virar a cabeça. Esses são os desencadeantes mais comuns de tonturas e também de dor de cabeça nessas pessoas. Mas tonturas na enxaqueca vestibular também podem ser provocadas por estresse, jejum prolongado, dormir pouco, menstruação, exercício físico, cheiros fortes, luzes em excesso, barulho e alimentos.
Se você tem tonturas recorrentes, dor de cabeça e sensibilidade ao movimento, que não melhoram com tratamentos convencionais para doenças do labirinto, você pode ter enxaqueca vestibular. A enxaqueca é a principal causa de tonturas em crianças e adultos jovens. A tontura é um sintoma importante da enxaqueca para muitas pessoas e tem tratamento. Procure um neurologista.

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Cirurgia de Alzheimer feita na Paraíba freia evolução do mal e recupera memória

Cirurgia de Alzheimer feita na Paraíba freia evolução do mal e recupera memória
Lucilene Meireles
 / 27 de dezembro de 2015 
Foto: Assuero Lima

Pela primeira vez, na Paraíba, foi realizada a ‘estimulação cerebral profunda’ em paciente com mal de Alzheimer. A cirurgia é capaz de frear a evolução da doença e recuperar as funções da memória quando o problema está em estágio inicial. A intervenção aconteceu no dia 11 de dezembro, no Hospital Napoleão Laureano, em um paciente de 77 anos. Estima-se, no Brasil, 1 milhão e 200 mil pessoas com Alzheimer.
De acordo com o neurocirurgião Rodrigo Marmo, que realizou a cirurgia, a melhora da função da memória é comprovada e tem se mostrado em ressonâncias realizadas nos pacientes um ano depois da operação. “Há um aumento do volume do hipocampo, que é a parte do cérebro que controla a memória”, observou. Os médicos também se baseiam num exame chamado PET-Scan, que mede o metabolismo cerebral. Ele se modifica após a cirurgia no paciente com Alzheimer, e áreas da memória que estavam com pouco metabolismo se tornam mais ‘quentes’, segundo o especialista.
Antes do paciente se submeter à cirurgia, a família até pensou em ir para o Canadá, mas o médico explicou que ela poderia ser feita aqui e, após todos os exames necessários, realizou o procedimento. O idoso estava perdendo a memória e a medicação que tomava há um ano e meio fazia pouco efeito.
A família preferiu não identificar o paciente, mas a esposa dele afirmou que, ao saber da possibilidade da cirurgia, todos ficaram entusiasmados. “Tínhamos a opção de investir na cirurgia, cujos benefícios ainda não podemos ver, ou ficávamos na administração normal da medicação sem saber o destino. Optamos por lutar pela cirurgia. Fomos à Justiça e conseguimos que fosse realizada”, comemorou.
Resultados. O paciente paraibano foi operado na manhã da sexta-feira e recebeu alta no domingo, sem intercorrência neurológica. A melhora é progressiva, mas só após 30 dias é possível perceber alguma evolução. “Acho que o grande desafio foi o fato de ter sido uma primeira cirurgia desse porte no Brasil”, destacou o neurocirurgião Rodrigo Marmo.