Especialista alerta sobre consumo excessivo de sal
Editoria de Saúde
A cada ano, aumenta o número de óbitos no Brasil por doença arterial
coronária (DAC). Nos últimos levantamentos da OMS foram registrados
aproximandamente 300 mil mortes por ano, isto é, a cada dois minutos,
ocorre um óbito em função desta doença. Estudos da OMS revelam, ainda,
que a DAC cresce anualmente devido ao inadequado controle dos principais fatores
de risco cardiovasculares como a hipertensão, diabete e o aumento do colesterol.
Segundo o cardiologista e especialista em hipertensão arterial, Celso Amodeo,
é muito importante controlar os fatores de riscos bem como evitar o consumo
em excesso de alimentos processados, embutidos e industrializados. "Os jovens
que consomem muitos produtos processados (com alto teor de sal) e alguns tipos
de fast food, apresentam maior risco de desenvolver hipertensão arterial,
pois trocam os alimentos naturais pelos industrializados. E quando se alimentam
adequadamente abusam dos saleiros disponíveis nas mesas, o que favorece
o aumento da pressão arterial", explica Dr. Amodeo.
Estudos mostram que entre as populações que consomem pouco sal, a pressão
arterial não aumenta conforme a idade. Portanto, fica evidente a necessidade
de orientar a população, além de educar as crianças para consumirem pouco sal
desde pequenos. Atualmente, o sal é consumido numa quantidade duas vezes
maior do que o recomendado pelos médicos (4 a 6g) distribuídos por todas
as refeições. Ao contrário disso, consome-se em média, cerca de 12 a 15 gramas
por dia, chegando a uma quantidade superior em alguns estados nordestinos.
"Por isso, a pressão alta atinge em torno de 25% a 30% da população adulta,
podendo chegar a mais de 50% na população mais idosa", acrescentou
o cardiologista.
A hipertensão, que atinge cerca de 30% da população brasileira e aumenta
progressivamente com a idade, chegando a mais de 50% após os 60 anos,
também aumenta em quatro vezes os riscos de doenças arteriais coronárias
quando comparado às mulheres com pressão arterial normal. Em indivíduos
com predisposição genética e estilo de vida inadequado ( sedentarismo,
dieta hipersódica, hipercalórica e hipergordurosa ) a doença se dá mais
precocemente e com características de maior resistência ao tratamento.
Havendo um acompanhamento médico e uma dieta adequada pode-se
prevenir ou retardar o desenvolvimento da doença.
Segundo Dr. Amodeo, é importante evitar os alimentos enlatados (ervilhas,
massa de tomate, etc), embutidos (salame, salsicha, entre outros), envidrados
(palmito, azeitona e molhos em geral), queijos e pães. Todos estes alimentos
contêm sódio (composição do sal de cozinha) e a elevada ingestão dele faz
o organismo reter mais líquidos, podendo levar ao aumento da pressão sangüínea
e causar a hipertensão, responsável por infarto e acidente vascular cerebral,
além de afetar os rins.
Recomenda-se a utilização do sal somente no preparo dos alimentos, mas com
moderação, e retirar os saleiros da mesa. A medida diária de sal fica em torno
de 4 a 6 gramas por dia. No tratamento não medicamentoso, as medidas
comprovadamente eficazes no controle à hipertensão são: atividade física,
dieta com pouco sal, dietas ricas em potássio, eliminação de álcool e tabaco
e perda de peso.
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